Só pra lembrar, nem todos são iguais, nessa massificação irreverente de situações previamente planejadas e ditadas por um mundo no qual se diz que somos individuais. Na verdade, somos individualistas, egoístas, egocêntricos. Todos. Sem exceção. Só pensando em nós mesmos, nos nossos desafios, nossas vidas, nossos trabalhos, nossos estudos, nossas unhas, nossos sapatos, nosso dinheiro. Nosso. Não sei quando a individualidade tomou essa forma monstruosa, que, imperceptivelmente atinge até aos que se dizem altruístas. Estranho. Famílias inteiras que se preocupam separadamente, que comem separadamente, saem separadamente, vivem separadamente, dividem apenas o chuveiro, quando o fazem. Tenho medo do dia em que estejamos tão fincados nessa cultura de cada um por si, nessa correria, nesse viver sem tempo. Sei que quando esse dia chegar estaremos alicerçados sobre nossos próprios pés e mais nada, somente nossas mãos, eu por mim, você por você e estranhamente esse será um tempo em que viveremos sem tempo para saber realmente o que é viver.